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MERCADO CARAMELO

Mercado à Moda Antiga

Pinhal Novo como Freguesia e Identidade

Contextualização Histórica

Para que esta iniciativa fosse levada adiante, diversas associações que fazem parte da história desta cultura uniram-se em torno do projeto da recriação do Mercado apelindado-o de Mercado Caramelo e, como tal, iremos fazer um breve resumo da história das instituições e designações mais importantes do Pinhal Novo, tais como a Junta de Freguesia de Pinhal Novo, a Confraria da Sopa Caramela, os caminhos de ferro e a designação de caramelo como importante factor na construção identitária de Pinhal Novo.

Pinhal Novo

Estamos perante uma localidade cuja história já vem a ser “escrita” a datar de há, pelo menos, dois séculos. O Pinhal Novo é, desde há muito tempo, um local de passagem. Esta característica deve-se ao facto de ser o ponto de passagem de diversas rotas: a Estrada dos Espanhóis, rota dos Círios da Atalaia, o caminho de ferro que cruza vários destinos e, sendo relativamente mais recente, as estradas. A estes há que acrescentar os caminhos e aceiros que percorrem a freguesia.

José Maria dos Santos

O primeiro ato público verdadeiramente importante para a vida da localidade acontece a 18 de julho de 1872, tratando-se da doação feita por José Maria dos Santos à população de Pinhal Novo de um terreno para a construção de uma capela e para a realização de mercado e feira de gado. As obras da igreja terão sido iniciadas na véspera da assinatura do documento de doação e concluíram-se em 1874, celebrando-se a primeira missa no dia 2 de fevereiro do mesmo ano.

José Maria dos Santos nasceu a 1 de Dezembro de 1831, formou-se em Medicina Veterinária e tornou-se mais tarde num dos maiores agricultores portugueses. Após ter casado, em 1857, com a grande proprietária Maria Cândida Ferreira Braga S. Romão, viúva e herdeira do Barão de S. Romão, José Maria dos Santos, mandou plantar em Poceirão a maior vinha do mundo próxima do maior mercado consumidor – o de Lisboa. Como necessitava de mão-de-obra permanente e numerosa, arrendou parcelas de terra a trabalhadores rurais provenientes da Beira Litoral e do Baixo Mondego, os quais ficaram conhecidos por caramelos.

Caminhos de Ferro - Estação Ferroviária do Pinhal Novo

Diz-se que o caminho de ferro tem vindo a ser a espinha dorsal da freguesia; ainda que dividindo a população ao meio, une também o seu passado e presente. A estação de comboios do Pinhal Novo entrou ao serviço a 15 de Junho de 1857, sendo que a 1 de Fevereiro de 1861 deram-se como inauguradas as linhas que traçavam caminho entre Barreiro e Vendas Novas e Pinhal Novo a Setúbal. Antes destas datas, o Pinhal Novo era conhecido como Lagoa da Palha e só com a inauguração dos caminhos de ferro ganhou esta designação. Apenas a 27 de Março de 1959 houve a primeira referência ao nome Pinhal Novo, numa notícia publicada no jornal O Cisne do Sado.

Os Caramelos

Como qualquer designação que afirme uma identidade coletiva, a origem deste termo é composta por um campo simbólico próprio baseado em vários elementos culturais não isolados como: momentos cíclicos de celebração, linguagem, traje, gastronomia, entre outros. O grande surto demográfico teve lugar entre 1970 e 1975, devido à fixação de população vinda do Alentejo e do Algarve

Foram criadas condições para que estes trabalhadores rurais se fixassem na zona do Pinhal Novo. Para além do árduo trabalho agrícola, participaram também na construção dos caminhos de ferro. A razão da sua vinda foi a insuficiência local de mão de obra camponesa na Península de Setúbal e a inexistência de trabalho assalariado nas suas terras de origem. Apesar de os caramelos estarem associados sobretudo ao Pinhal Novo, também deixaram marcas noutras regiões nossas vizinhas: Poceirão, Marateca, Palmela e até mesmo noutros concelhos da península de Setúbal: Setúbal, Montijo e Moita.